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quinta-feira, 24 de março de 2011

Hilda Hilst I



Tenho medo de ti e deste amor
Que à noite se transforma em verso e rima.
E o medo de te amar, meu triste amor,
Afasta o que aos meus olhos aproxima

Conheço as conveniências da retina.
Muita coisa aprendi dos seus afetos
Melhor colher os frutos na vindima
Que busca-los em vão pelos desertos.

Melhor a solidão. Melhor ainda
Enlouquecendo os meus olhos, o escuro,
Que o súbito clarão da aurora vinda

Silenciosa dos vãos de um alto muro.
Melhor é não te ver. Antes ainda
Esquecer de que existe amor tão puro.


(Hilda Hilst)

2 comentários:

Marcia Moreira disse...

Olá, M.
Estou tendo aula sobre ela na minha pós-graduação. Fique sabendo que ela namorou o Dean Martin!
Beijos.

M. disse...

Geeeente babado forte!

Antes há mais de algum tempo ela não era uma escritora tão valorizada, quando seus escritos se tornaram conhecidos aqui, algumas outras pessoas já haviam lido.