Aliás os extras trazem os seguintes tópicos: “Dirigindo pelo coração” (entrevista a Ang Lee, conta que realmente sempre quis este projeto e aquele era o seu momento), “Do roteiro para as telas: entrevista com Larry McMurtry e Diana Ossana” (os roteiristas falam entre outros assuntos, que ninguém queria levar a história daquele roteiro para a telona); “Começando a História: O Making Of de O segredo de Brokeback Mountain” e “Construindo um cowboy”, neste último tópico o diretor Ang Lee fez com que os atores tivesse um curso intensivo da vida de um verdadeiro vaqueiro. Jake Gyllenhaal por exemplo não sabia montar a cavalo, o que para Heath Ledger não foi problema algum porque segundo o próprio “...cresci em uma fazenda na Austrália...” Jake Gyllenhaal falando do colega diz que “é todo coração, calado e sensível...” entre outras coisas que informa diz que era bom estar ao lado dele em cima de um cavalo porque ele lhe passava segurança, caso acontecesse algo de errado na montaria sabia a quem pedir socorro, porque Ledger sabia cavalgar muitíssimo bem. Entre outras curiosidades, a cena em que as mulas fogem durante a aparição do urso, Heath Ledger acaba confessando que na verdade “o ator” (o urso) era um filhote e a reação esperada para a cena não aconteceu facilmente porque o urso se lambia e não tinha uma espécie de acesso de fúria, o que era esperado pela equipe de filmagem, mas de fato com muita paciência o que eles queriam aconteceu e devidamente registrado. A equipe teve muitas dificuldades em algumas tomadas de paisagens, principalmente quanto ao transporte e posicionamento de equipamentos, eles geralmente se posicionavam do alto enquanto os atores ficavam embaixo confortavelmente sentados. O que facilitou segundo eles algumas cenas que saíram muito mais relaxadas, concentradas e autênticas. Autenticidade era o que Jake Gyllenhaal não queria passar nas cenas de intimidade com Heath Ledger, apenas a sensibilidade de uma “história americana e universal” (frase de Ang Lee no documentário). Jake Gyllenhaal ainda disse que a cena do beijo do reencontro entre Jack e Ennis foi combinada entre ele e Heath Ledger, eles “coreografaram” cada movimento.
É unânime o pequeno desconforto do elenco em relação ao rótulo dado de “filme de cowboy gay”, Heath diz: “ não me importo com este rótulo, pois sempre soube que o filme transcende ao título”, Quanto a sua atuação ele afirma: “eu tento desnudar a minha alma um pouco” e à Michelle Williams: “ela é uma atriz, intensa e profunda, claro que adorei trabalhar com ela” e elogiando o diretor completa: “Ang Lee é lindo, misterioso, complexo e fascinante...”
Uma outra curiosidade muito mais importante quanto à escolha do elenco é a de que a roteirista Diana Ossana sempre pensou em um ator para viver o introspectivo Ennis del Mar, e o ator ideal segundo ela, sempre foi Heath Ledger. Ang Lee não fez teste de elenco para a dupla de protagonistas, mas fez questão que a atriz Anne Hathanaway fizesse treinamento de peão de rodeio e que realizasse durante as filmagens a prova dos quatro tonéis. O que acabou acontecendo de fato, mas por não ser uma profissional em uma cena de alta velocidade, a dublê dela uma campeã de rodeios local a substituiu. Jake Gyllenhaal não montou em touros, seu dublê estava lá para isso. A cena em que aparece em cima de um touro antes da largada é real, mas a cena de montaria ele fez em um touro mecânico (para o close e a mais distante lá estava o dublê para resolver o problema do moço). Michelle Williams precisou contar com uma professora de prosódia para garantir aquele sotaque de mulher interiorana, o laboratório mais rico segundo ela, era o contato com as pessoas. O sotaque de cowboy de Heath Ledger estava perfeito, além de sua montaria que só teve uns toquezinhos dos verdadeiros cowboys para não deixa-la tão britânica. Reparem sempre neste jeito elegante e britânico de Heath Ledger (fora das telas e em algumas fotos), claro ele é australiano, mas descendente de irlandeses e escoceses, não dá para negar a raça. Os cowboys que ensinaram montaria a Jake Gyllenhaal disseram que Heath não precisou da aula de montaria deles, porque ele já montava muito bem, só precisava ser menos estiloso e mais convincente como um cowboy do oeste americano, o que realmente aconteceu. “Velho Oeste Americano” e faroeste não são bem as classificações exatas desse filme, mas um “drama”, um drama humano, de uma história de um amor verdadeiro e puro, que aos olhos de uma sociedade sexista não pôde sobreviver ao preconceito. A bela Brokeback Mountain com suas lindas ovelhinhas eram na verdade locações canadenses. A fotografia é impecável, o elenco perfeito, assim como a direção e a trilha sonora. A história comove aos olhos de quem vê, quando o rancheiro de Wyoming (Ennis del Mar) e o vaqueiro de rodeio (Jack Twist) se comunicam pelo olhar da alma, a tocante do verbo amar nos traz um grande ensinamento.
Um comentário:
Esse rotulo de filme de coubói gay é natural ser dado numa sociedade preconceituosa.. mas deve ter sido um desafio e tanto para ele... e demonstrou ser competente fazendo um personagem super elogiado e autentico... mais uma prova da falta que ele faz nos cinemas....
Obrigado pelas palavras no meu blog, que bom que está de volta... eu, por enquanto, aidna não voltei em definitivo, ehhe, ams sempre to bisbilhotando por aqui, rs...
beijos
Ah, obrigado pelo "biscoito fino", eheheh... o melho elogio que já recebi por aqui até agora.. adorei!!! rs
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