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sexta-feira, 26 de março de 2010

Da janela


Da janela eu vejo a rua. Todo dia, todo dia, todo dia. A rua essa que antes era um nada, uma estrada de barro onde nada passava, não havia plantas, nem passarinhos coloridos. A rua sequer era rua. Mas hoje tudo é diferente, casas e casas... Pessoas que andam apressadas, meninos berrando para quem? Eu não sei. Cachorros nos passinhos ligeiros procurando comida, outros desfilando pedigree. Meninas de corpinho franzino ensaindo um sorrisinho que ninguém sabe se é ingênuo ou malicioso. Elas vão ali, abafam as risadas, olham de soslaio as rivais ou simplesmente bobagem. O sol transita cálido e brilhante pela manhã, crianças voltam das escolas com seus uniformes, alguém corre para pegar um ônibus, que faz um barulho cansado de sua árdua tarefa de levar e trazer. Mais tarde algumas borboletas pousam em algum jardim, outras horas é um sabiá que vem buscar comida e cantar para agradar aos ouvidos. O dia vai indo embora, mas é gente voltando para os seus ninhos agora, interagindo ou no mistério de seu silêncio. Simplesmente a vida do lado de fora da janela.

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