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domingo, 5 de outubro de 2008

A última Ceia (2001)

É um filme que divide o público em boas e más críticas. As atuações dos atores são boas. O elenco é bom, todos são convincentes em seus papéis. E a história beira ao polêmico, mas nem tanto, já que o racismo é uma realidade americana. Há questões discutíveis, entre elas a pena de morte, o direito à vida, família, erros, acertos, desgostos etc.
Hank Grotowski (Billy Bob Thornton) é um homem rude, duro, racista, que tem por profissão ser agente penitenciário, assim como foi o seu pai Buck Grotowski (Peter Boyle). Profissão que também faz parte da vida de seu único filho, Sonny (Heath Ledger), que no decorrer do filme demonstra não ser totalmente adaptável aquela vida. Três gerações de policiais, dois iguais, um não. Conflito de gerações. O traço humanista está em Sonny Grotowski, que é amigo dos vizinhos negros que seu pai odeia. Aliás, ser racista faz parte da personalidade de Hank e Buck. Hank hostiliza seus vizinhos e parece não ter piedade de ninguém, nada tão revelador para quem tem como profissão levar detentos para o corredor da morte em uma prisão localizada no Sul dos Estados Unidos. Claro que uma atividade como esta não tem nada haver em desprezar negros, mas ajuda a fortificar os sentimentos de um racista nato.

Até que um dia após a execução de Lawrence Musgrove (Sean "Puffy" Combs), Hank vê seu filho Sonny transtornado não apenas com a rotina macabra e fria da prisão, mas com o desamor que recebe por parte dele. Sonny em um ato de desespero se suicida com um tiro no peito na frente do pai.

E a partir daí a vida de Hank vai tomar outro rumo inesperado. Ele abandona o cargo de agente penitenciário, compra um posto de gasolina e se torna proprietário dele. Mas a vida lhe reserva o destino de cruzar de frente com a viúva de Lawrence Musgrove. Sim, a mulher do detento que ele ajudou a executar. Em uma situação também trágica da vida de Letícia Musgrove (Halle Berry), em que seu único filho é morto em um atropelamento, Hank se vê pela primeira vez tocado. Ali está uma família de pobres e negros, pessoas que ele excluiria em outras épocas. Mas ele pára o carro e presta assistência. A tragédia é o que aciona o contato entre ambos e posteriormente um envolvimento amoroso.
O freqüentar da casa de Letícia e em seguida a de Hank e o observar de objetos e retratos revela afinal quem é quem nessa jogada do destino. Antes se envolveram sem saber por quê. Mas agora que sabem um do outro fica algo no ar. O teor psicológico das personagens é muito bem construído.
É interessante que após uma noite de amor com Letícia, Hank ao ir ao banheiro da casa dela lavar o rosto se depara com o retrato de Lawrence, o que o faz vomitar. Fica no ar o porquê daquela reação: Será racismo? Arrependimento? Lembrança da execução daquele homem? Ou tudo isso junto? Emblemático quando ele se aproxima de Letícia para dizer: “Quero que saiba que não foi por você que eu vomitei”.
Letícia tem a prova da veia racista da família do namorado, ao se deparar com o pai de Hank, que revela que “as mulheres negras são as melhores para se fazerem um homem”, ou seja, em outras palavras degradando-as à imagem de meretrizes. Letícia se depara mais uma vez com a triste realidade. Hank, por sua vez interna seu pai em um Hospital Geriátrico e decide viver com Letícia na sua casa depois que ela é despejada por não conseguir pagar o aluguel da casa onde vivia.O filme parte para o seu final quando após uma romântica noite de amor, Hank sai para comprar sorvete e Letícia descobre dolorida desenhos feitos pelo seu marido morto na cômoda do quarto de Sonny. Ali estão os últimos rostos que Lawrence viu antes de morrer: justamente os de Sonny e Hank. O seu sofrimento solitário demonstra revolta e uma quase sensação sobre o que fazer agora quando se sabe toda a verdade. Se entende o que Hank quis dizer para Letícia em uma das suas frases: “Agora eu vou cuidar de você”. Afinal ele sabe quem ela é de verdade. Bom, se espera muito do final. Fica algo suspenso no ar, se eles terão um final feliz como casal. E se há sentimentos de vingança em Letícia após ela descobrir toda a verdade. O final do filme merecia uma exploração melhor. Quanto a tão comentada cena de sexo entre Hank e Letícia, alguns críticos dizem desnecessária (realmente as cenas são bem realistas). Não é que seja desnecessária, mas por exemplo poderia ter explorado melhor o fim do filme, que deixou em sua mensagem final, algo pairando no ar.

O texto é meu. Mas para quem quer saber mais detalhes técnicos, como ficha de elenco e curiosidades mesmo, é só acessar a ficha do filme em Adoro cinema

Um comentário:

Anônimo disse...

hellow...
Faz tempo q nao falo com vc.
Mas q sinto q vc anda triste.
Vou te ligar. Beijos
Ninah