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sexta-feira, 27 de junho de 2008

Do Uruguai para o mundo

Sou uma fã ardorosa de Alejandro Sanz, mas não posso deixar falar e admirar Jorge Drexler. Aliás a música em língua espanhola está cada vez mais sofisticada. Nada de dor de cotovelo, Júlio Iglesias cantando com a mão na úlcera, baladas de amor bregas, músicas de índios das cordilheiras, nada, nada, nada, paralisa!
Ouvir Jorge Drexler é mágico! Ou como disse Luciano Marsiglia na revista Bizz, novembro da Edição de Novembro de 2006: “Resistindo à correria de nosso tempo, Drexler valoriza o silêncio nas canções.” E é basicamente isso. Há uma simplicidade e uma sofisticação em sua música que a cada dia está primorosa. E olha que é um uruguaio radicado na Espanha há dez anos. Claro, que segundo o próprio para criar e cuidar de suas músicas Jorge Drexler diz preferir seu país natal. Médico profissional que trocou a medicina pela música e que realmente se deu bem nesse ramo, Drexler é um homem tímido. Mas com um talento de poucos é o que eu posso também dizer do Alejandro Sanz que aos poucos está se descolando da imagem de cantor de baladas românticas, para ser simplesmente o cantor. Aquela preocupação pela estética da música, sobre o que comunicar nas letras das canções, as linguagens que tem a própria música. Eles são criativos, mágicos e cada um com o seu público. Um mais pop. O outro mais reservado, mais intimista.
Eu tenho os primeiros discos de Jorge Drexler, mas não consigo gostar deles tanto como eu gosto de “Eco” de 2004, cuja música “El otro lado del rio” conseguiu a proeza do Oscar (da trilha sonora de “Diários de Motocicleta” de Walter Sales). Eu sinto na música de Drexler uma influência da música brasileira, principalmente em “don de fluir” e agora escutando 12 segundos de Oscuridad vejo um outro excelente trabalho. Curiosidades deste último: a cantora Maria Rita gravou em um estúdio em separado, basicamente no Rio de janeiro a música “Soledad”. Que fizeram os engenheiros de som? Só unir as duas gravações e realizar o dueto Jorge Drexler e Maria Rita. Paulinho Moska declama uma poesia em português quase ao fim da música “Quien quiera que seas”, Arnaldo Antunes também empresta sua voz em “Disneylandia” versão em espanhol da música dos Titãs. E a atriz espanhola Leonor Watling. Quem lembra dela? Aquela bailarina paraplégica do filme de Almodóvar “Hable con ella” susurra na música “El outro engrenaje”.
Bem esse disco o marca por ter sido concebido em um momento duro da vida do cantor, um problema em sua vida pessoal o que fez se isolar no Cabo de Santo Apolônio no Uruguai em uma praia perto de um farol e observando o farol desde a hora que acende à escuridão, chegou finalmente à constatação que o tempo da escuridão é de 12 segundos. O que deu nome ao disco. Em “Eco” há canções de amores felizes, mas sem cair no lugar comum. Mas até ele de dor de cotovelo em 12 segundos... é lindo... É uma dor de cotovelo muito da chique, sem ser chata e apelativa... Agora vou escutar o mais recente dele: “Lado B”. Esse homem é tudo de bom. Amo. Até o próximo post.

Um comentário:

Rodrigo Fernandes disse...

Fiquei o conhecendo pelo Oscar.. a música "El otro lado del rio" é belissima e ganha ainda mais força qdo vc a entende no contexto que o filme apresenta... sempre fiquei somente com essa, não tive a curisoidade de procurar outras cançoes dele... e não sei o motivo disso, hehehe, taí um bom motivo agora pra caçar mais musicas dele...rs
beijos, Heri!!!