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sábado, 31 de maio de 2008

"Para não dizer que não falei das mães"

Sim, o dia das mães passou, mas eu não ia deixar de escrever sobre elas. E claro, não iria escrever um texto cheio de palavras melosas. Pois o dia das mães e de todas as pessoas que estão à nossa volta nos fazendo o bem é diariamente.
Só quero expor aqui alguns exemplos do que é de verdade uma mãe. Sábado passado eu li uma matéria antiga em uma revista que não lembro se era a Época ou a Veja sobre o infanticídio indígena. Prática comum a quase todas as tribos do Brasil quando o filho de um casal da aldeia não se desenvolve igual às outras crianças e o chefe da tribo tem que decidir sobre o sacrifício dessas crianças. Fiquei chocada, mas não surpresa, pois já havia tomado conhecimento desta pratica desde que passei a conhecer um pouco melhor a cultura dos povos da floresta.
Mas é assim: eles sacrificam mesmo a criança com algum problema físico ou a abandonam ao destino. Duro de ver e de entender, mas na lógica deles essas crianças tem que ter este destino, porque os guerreiros da tribo têm que ser fortes e saudáveis. E me comoveu profundamente a ação das mães índias e principalmente daquelas que fazem toda a diferença, que nunca abandonam seus filhos. Havia dois casos impressionantes: uma índia resolveu apelar para os médicos “de homem branco” que uma vez foram visitar a aldeia como costumeiramente faziam e chegando lá a encontraram aflita implorando para levar o filho ao posto de saúde longe dali para iniciar o tratamento adequado para o mal que o afligia. Ou seja, ela deu as costas para o sacrifício da vida do seu filho, para salvá-lo. O outro caso foi triste, o cacique e todos os outros índios que fizeram pressão psicológica para que um jovem casal matasse sua filha que não passava de uma nanica fraquita. Os pais da menina não tiveram coragem, mas mesmo com a resistência dos jovens pais, os outros índios tentaram matá-la. Os pais não queriam ver a filha morrer, mas em gesto de desespero ofereceram suas vidas em troca da vida da menina e se suicidaram ingerindo a seiva de uma planta venenosa. A morte do casal impressionou toda a aldeia e a tribo desistiu de assassiná-la por acreditar que ela era um ser amaldiçoado. Contudo, resolveram abandoná-la à própria sorte. A partir deste período, um grupo de missionários evangélicos que estiveram na aldeia ficaram muito impressionados com o desprezo dado a uma criança que era tratada como cão sem dono, que se arrastava com dificuldade e que comia as sobras dos outros. Uma das mulheres do grupo resolveu adotar a menina. E adivinhem, pasmem o problema todo que tinha esta criança: desnutrição. Era por isso que ela não se desenvolvia como as demais crianças da aldeia. Mas a indiazinha passou por tantas situações traumáticas, que custou desenvolver a fala e o aprendizado. Bem, resumindo todos esses dramas, vejam o valor de uma mãe: uma verdadeira mãe nunca abandona seus filhos (o caso da primeira mãe), dá sua vida por eles (o caso da segunda) e se doa totalmente (o caso da mãe que adotou a indiazinha). Bom tudo isso resume este ser tão valioso aqui na terra.

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