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domingo, 6 de abril de 2008

Alguns dos anjos do Brasil da impunidade

Os pais do pequeno Ives Ota, grandes exemplos de dignidade humana

João Hélio e seus pais


Isabella Nardoni uma pequena vida interrompida

tragicamente

O que chamar a essas pessoas que de maneira pervesa e miserável tiram a vida de inocentes? E a sociedade? E a justiça? As fotos que ilustram o blog trazem algumas fotos de alguns desses personagens, cuja história comoveu o país. Cada criança em sua via-crucis: o filho do comerciante japonês que foi seqüestrado e morto de maneira fria e covarde; um casal no Rio de Janeiro que em pleno trânsito da cidade teve que ceder o próprio carro para bandidos cruéis e sangüinários que desconhecem o valor da vida. Cederam por medo de morrer e que imploraram para que pudessem tirar o filho que estava preso no cinto de segurança, e mesmo assim os asquerosos que conduziam o veículo em alta velocidade sequer ouviram aos apelos desesperados da mãe e continuaram seu trajeto criminoso com o que sobrou dos restos mortais de um ser vivente, puro e inocente. Meu Deus que é isso? A legião do mal sobre a terra? Eu acompanhei tudo pela TV e confesso que eu chorei muito com a dor daqueles pais. É triste. E agora a Isabella Nardoni, outro rostinho inocente, feliz, meigo, doce e tão iluminado. Puxa, jogada de uma janela como se fosse um objeto descartável! Quanto horror. Quanta falta de respeito à vida. Por favor, uma criança! E a menina jogada na Lagoa da Pampulha? Que poderia ter morrido trágicamente e quantas tragédias mundo afora com as crianças. O que o ser humano está fazendo de si mesmo? E o valor da vida? Onde está o coração? Por quê tanto egoísmo? Por quê tanta maldade? Em anexo deixo aqui a carta que o pai do menino João Hélio escreveu para o seu filho:
"Menino João:
Você passou pelos campos da vida como a brisa suave.A sua infância foi roubada por algozes desprovidos de alma.Por isso, não mais poderemos conhecer os seus sonhos.Hoje você é notícia e os seus assassinos estão presos.Com o tempo, as algemas serão abertas e eles retornarão a usufruir da liberdade que não permitiram a você. Hoje ceifaram a sua existência, desrespeitando o seu direito de viver. Amanhã acontecerão maiores atrocidades, ocasião em que substituíremos o seu sofrimento pela desgraça ocorrida na vida de outrem. Então você terá ingressado no pretérito, assim participando do estranho conjunto da violência passada.Observo o seu desenho, tentando dele extrair o significado.A quem você queria abraçar, menino?Quanto amor, sonho e esperança caberia naquele abraço?Eu não sei, pequenino. Não sei não!Pode ser que todas essas coisas venham a ser esquecidas, mas o seu legado permanecerá. Talvez mais ninguém venha a se lembrar. É bem provável que as autoridades prossigam defendendo os direitos daqueles que não respeitaram os seus direitos. Não faz mal, o importante é que este seu desenho continuará aqui no canto da página. Sei que não é muito, mas isso eu posso fazer. Faço-o porque não quero esquecer quem foi e tudo o que hoje representa.Confesso que, enquanto ser humano, sinto medo, vergonha e gratidão.Medo de um dia olhar no espelho e, apesar da sua ausência, conseguir sorrir novamente.Vergonha de habitar neste planeta ao lado de alguns primatas ferozes. Gratidão por ter encontrado este seu desenho: o auto-retrato de um menino sorridente, pronto a abraçar o mesmo mundo em que permaneceu por tão pouco tempo. Apesar da tristeza que invadiu a minha alma, trago comigo uma derradeira esperança: espero que, neste instante, Deus igualmente esteja de braços abertos, completando o desenho que você começou".

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