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quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Mais um dia de filme

O amor, este eterno tema.

Finalmente fui ao cinema assistir “O amor nos tempos do cólera”. Filme muito bom, maravilhoso mesmo. O universo de Gabriel García Márquez é apaixonante. Sou fã do Gabriel não pelo filme, quanto a isso nada haver! Mas o filme merece um bis de minha parte enquanto eu estiver de folga.
Assim: no início não dá vontade de prosseguir com a película, porque o casal protagonista já aparece bem idoso, mas não é isso, é a situação em que eles estão envolvidos. E nisso, você já imagina como vai ser o fim... Mas me deixei embarcar pelo clima romântico do filme. Bom também para professores de literatura, essa coisa do amor inatingível, o amor essa coisa.
Neste mundo tão insensível, um amor assim como o de Florentino Ariza por Fermina Daza beira à loucura, a alucinação, pieguice das brabas, nonsense... e de uma certa forma por mais sensível chega até cansar. Essa coisa de se guardar virgem para a mulher (oh lelê)... Mas é muito engraçado quando ele é finalmente é destroçado num navio (atacado ferozmente por uma dama e perde a virgindade). Mas há que se respeitar, é o amor. Eu respeito muito isso, por mais que digam “odeio os românticos”, é bonito amar. Mesmo que loucamente, cegamente, inutilmente, porque amar faz bem ou mal. E nunca ninguém se assume quando este é o tema. Tem gente que tem vergonha disso, vergonha é este sentimento se tornar escasso nos dias de hoje. E o filme mostra realmente uma época romântica, hábitos interessantes, conceitos, comportamentos.
E realmente é uma coisa louca ter esperado o que ele esperou para amar aquela mulher. Mas não é o tempo que ele esperou, nem a dimensão deste amor que nos traz uma lição. Mas para o amor aquele da alma, e aquele que se completa no corpo no caso dos idosos mereceu ter essa barreira rompida sem preconceitos na telona. Claro que não era um ancião qualquer, era Javier Bardem (maquiado lógico), o melhor ator de toda a Espanha. Mas ele deu uma alma aquele velhote que simplesmente dispensa comentários. E lindo a mensagem do final aquela que diz mais ou menos assim: “eu achava que não haveria fronteiras para a morte, mas na verdade não há fronteiras para a vida”.

Das atuações

Fernanda Montenegro (Tránsito Ariza, mãe de Florentino) e Javier Bardem(Florentino Ariza) roubam a cena. Juntaram dois grandes astros de primeira grandeza. Mas eu achei curioso a escalação do elenco, atores de diversas partes do globo, para uma história que se passa em um único país (que tem o espanhol como língua oficial), mas uma produção americana (lá estão todos dialogando em inglês). O Unax Ugalde que faz o Florentino ainda jovem não tem aquela força dramática toda, além de quê para galã falta muito. Ele tem uma carinha de leãozinho desgarrado medonho, só falta a juba.

Ô homem bom!

Bom ator aí eu não sei. Mas que ele é um macho muito do gostoso isso ele é. Pelo menos nesse filme. O tal do Benjamin Bratt (curiosamente de nacionalidade americana, mas com cara de peruano, boliviano...). Ele mesmo! No papel do Dr.Juvenal Urbino. Putz a cena que mais gostei, ou melhor as cenas: a que ele vai examinar a Fermina com suspeita de cólera e a da noite de núpcias dele com a Fermina (por uns instantes se não fosse cênico, queria ser aquela mulher). E ela lá na cama toda metida a inocente, que nunca dormiu com estranhos, que as partes do homem nunca viu, nunca tocou e ele fica lá falando de estudos de anatomia e finalmente ela diz: “não quero aulas de anatomia”, e ele diz mais ou menos “te darei uma lição de amor”. Afe! Quem não prende a respiração por uns instantes e não suspira? É breguice, mas pega. O amor é o sentimento mais brega que existe. Viva o amor!

Um comentário:

Anônimo disse...

Ah tb vou assistir.